Sistemas inteligentes: mudança climática, mudança de design

Com a ameaça da mudança climática, o papel de designers, arquitetos e engenheiros nunca foi tão importante. Sistemas inteligentes podem sair da escala micro para a macro e otimizar a eficiência dos edifícios a caminho de um mundo mais sustentável.

Em um desenho básico, diversos materiais simples com diferentes propriedades são combinados para cumprir determinada função mais complexa. Esses materiais passam a trabalhar interligados e funcionam como uma cadeia. Isso acontece na estrutura, nos isolamentos térmicos e acústicos, na iluminação, nos sistemas de refrigeração e aquecimento, etc. Porém, a edificação é capaz de se adaptar às mudanças climáticas que estamos passando? Apenas estas relações estáticas serão eficazes o suficiente para manter o conforto térmico no futuro?

 

Sistemas inteligentes de fachada cinética do Café-Restaurante Open, em Amsterdã. Com módulos ajustáveis, a fachada pode se adaptar às variações climáticas e posição do sol. Projeto por Cie. (Fonte: Cie).
Fachada cinética do Café-Restaurante Open, em Amsterdã. Com módulos ajustáveis, a fachada pode se adaptar às variações climáticas e posição do sol. Projeto por Cie. (Fonte: Cie).

 

Os sistemas inteligentes:

Sistemas inteligentes possuem custos iniciais mais elevados. Porém, trazem benefícios e economias futuras, que geram o retorno do investimento.

 

Em aberturas e fachadas:

O uso mais comum desses sistemas é em aberturas e em fachadas. Isso se dá porque eles são os “portais” de troca com o meio externo. A fim de alcançar um conforto interno, calor, radiação e luminosidade devem estar em equilíbrio. Para isso, filmes especiais podem ser aplicados nos vidros, capazes de barrar parcialmente a entrada de calor, mas não a luz. Outra opção é de se utilizar vidros ou películas com a capacidade de mudar de cor de acordo com necessidade.

 

De tecnologia da View, os vidros com pintura eletrocromática mudam de cor de acordo com a necessidade. Eles são controlados por um software, que relaciona temperatura interna e externa, radiação solar e ocupação. O custo dessa tecnologia é cerca de 50% a mais que vidros comuns, porém gera-se uma economia de 20% na operação do edifício. Isso quer dizer um retorno do investimento em cerca de 2 anos. (Fonte: Green Optimistic).
De tecnologia da View, os vidros com pintura eletrocromática mudam de cor de acordo com a necessidade. Eles são controlados por um software, que relaciona temperatura interna e externa, radiação solar e ocupação. O custo dessa tecnologia é cerca de 50% a mais que vidros comuns, porém gera-se uma economia de 20% na operação do edifício. Isso quer dizer um retorno do investimento em cerca de 2 anos. (Fonte: Green Optimistic).

 

Em fachadas, brises automatizados que controlam a entrada da radiação solar e fachadas duplas dificultam as trocas térmicas com o exterior.

 

A fachada das torres Al Bahar são compostas por painéis, que se movem em resposta a exposição solar. Muito importante para a eficiência dos edifícios, uma vez que estão implantados em Abu Dhabi. Projeto por Aedas Architects. (Fonte: El Paralex).
A fachada das torres Al Bahar são compostas por painéis, que se movem em resposta a exposição solar. Muito importante para a eficiência dos edifícios, uma vez que estão implantados em Abu Dhabi. Projeto por Aedas Architects. (Fonte: El Paralex).

 

Fachada dupla com aplicação de películas especiais, no Tribunal Regional do Trabalho de Goiânia. Projeto por Corsi Hirano Arquitetos + R. Nishimura. (Fonte: Arcoweb).
Fachada dupla com aplicação de películas especiais, no Tribunal Regional do Trabalho de Goiânia. Projeto por Corsi Hirano Arquitetos + R. Nishimura. (Fonte: Arcoweb).

 

Iluminação e sistemas de refrigeração e aquecimento:

Sistemas inteligentes também são utilizados na iluminação e refrigeração/aquecimento e têm grande influência no consumo energético da edificação. Através do monitoramento e controle de luminosidade, temperatura, umidade do ar, níveis de CO2 por sensores, estes sistemas apenas são acionados quando necessário, reduzindo o custo de operação. Esta economia incentiva o investimento inicial em, por exemplo, placas fotovoltaicas, sensores e sistemas LED.

Iluminação Smart LED, da Solatube: combina a luz solar captada através da estrutura reflexiva tubular com o LED. Quando a luz natural está baixa, a artificial automaticamente se liga, gerando uma considerável economia de energia. (Fonte: Modlar).
Iluminação Smart LED, da Solatube: combina a luz solar captada através da estrutura reflexiva tubular com o LED. Quando a luz natural está baixa, a artificial automaticamente se liga, gerando uma considerável economia de energia. (Fonte: Modlar).

 

As mudanças são constantes. Por isso, cada vez mais, sistemas inteligentes estão sendo utilizados na construção. Eles fornecem ao edifício a capacidade de se adaptar a novas condições climáticas. Além de possibilitar uma análise mais clara do meio ambiente que nos cerca, nos dando parâmetros para transferirmos nossas ações em uma escala menor para uma maior.

 

 


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Fontes:

Architecture and DesignArcowebCieEl ParalexGreen OptimisticHype ScienceModlarMr. Man Notícias

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