Fachadas vivas: vantagens e exemplos

Utilizar o plano das fachadas como jardins… Vocês já viram alguns posts onde abordamos esse assunto: o Tree Storey e o Magic Breeze, ambos projetos do Penda. Hoje vamos citar outros exemplos bem sucedidos de edifícios com fachadas vivas. Semana que vem, teremos a segunda parte deste post, mostrando que a fachada verde também é viável em residências.

 

Quais as vantagens?

As vantagens são inúmeras. Com a escassez de áreas verdes nas cidades, as fachadas vivas possuem um papel ambiental importante. A “verticalização das florestas” é capaz de criar um ecossistema urbano, tanto para flora, quanto para fauna, por atrair uma nova população de insetos e pássaros. Outro ponto importante que podemos citar é a criação de um microclima e o conforto térmico e acústico. Além de desempenhar o papel de elemento sombreador, as plantas na fachada diminuem as trocas térmicas com o exterior, aumentam a umidade do ar e criam barreiras contra ventos, poluição sonora e atmosférica.

 

 

As fachadas vivas criam uma barreira entre o externo e o interno, protegendo os usuários da radiação solar, de ventos, poluição atmosférica e sonora. Lembrando que a escolha das espécies deve ser feita levando em conta o clima do local. Para lugares de climas frios, prefira árvores e arbustos caducifólios (que perdem suas folhas no outono e inverno), para permitir a entrada de luz e calor.

 

 

Exemplos de fachadas vivas em edifícios:

 

1. One Central Park (Sydney, Austrália)

 

One Central Park, em Sidney. (Fonte: Archdaily).
One Central Park, em Sidney. (Fonte: Archdaily).

 

Projeto de uso misto da parceria entre Ateliers Jean Nouvel e PTW Architects, a edificação ganhou o LEAF na categoria Best Sustainable Development of the Year (Melhor Empreendimento Sustentável do Ano). O partido era gerar uma continuidade do parque para as torres, utilizando diversas espécies de plantas e flores da Austrália.

 

A fachada verde do One Central Park mescla espécies plantadas em jardins verticais e trepadeiras guiadas por fios de aço. (Fonte: Archdaily).
As fachadas vivas do One Central Park mesclam espécies plantadas em jardins verticais, em floreiras e trepadeiras guiadas por fios de aço. (Fonte: Archdaily).

 

Corte
Corte. (Fonte: Archdaily).

 

Um balanço com espelhos automatizados na sua parte inferior garante o redirecionamento de luz natural para os jardins centrais do empreendimento.

 

O balanço em direção do meio de quadra possui espelhos motorizados que refletem a luz solar em direção ao parque. (Fonte: Archdaily).
O balanço em direção do meio de quadra possui espelhos motorizados que refletem a luz solar em direção ao parque. (Fonte: Archdaily).

 

O balanço gerou uma varanda generosa, com dois planos vegetados. (Fonte: Archdaily).
O balanço gerou uma varanda generosa, com dois planos vegetados. (Fonte: Archdaily).

 

2. 25 Green (Turin, Itália)

 

Com ares de construção espontânea, o projeto de Luciano Pia remete a uma casa na árvore. (Fonte: Archdaily).
Com ares de construção espontânea, o projeto de Luciano Pia remete a uma casa na árvore. (Fonte: Archdaily).

 

Sabe aquele sonho de criança de morar em uma casa na árvore? Não sei vocês, mas eu sempre sonhei com isso! Se você mora em Turin, na Itália, já tem uma boa opção, bem no meio da cidade. Esta sensação de habitar nas copas de árvores é projeto do arquiteto Luciano Pia.

 

As floreiras e copas das árvores criam uma barreira entre o externo e interno. (Fonte: ).
As floreiras e copas das árvores criam uma barreira entre o externo e interno. (Fonte: Sala 7 Design).

 

A construção tem ares de espontaneidade, revestimento em madeira e estrutura metálica, algumas vezes simulando o tronco de uma árvore. Floreiras foram implantadas ao longo dos pavimentos e receberam espécies vegetais de diferentes portes. No meio de quadra, o arquiteto criou um grande jardim, o que remete ainda mais ao clima de floresta.

 

Corte das varandas. (Fonte: Archdaily).
Corte das varandas. (Fonte: Archdaily).

 

(Fonte: Design)
A escolha de revestimento, o parque central e as floreiras do 25 Green. (Fonte: Sala 7 Design).

 

3. Bosco Verticale (Milão, Itália)

 

Fachada do Bosco Verticale. (Fonte: Christos Barbalis).
Fachada do Bosco Verticale. (Fonte: Christos Barbalis).

 

Projeto de Stefano Boeri e parte da revitalização de Hines Italia, na área de Porta Nuova, o Bosco Verticale é um bom exemplo de fachadas vivas. São duas torres de apartamentos, com árvores de diferentes portes, arbustos e herbáceas plantadas em suas varandas.

 

Corte das varandas. (Fonte: Archdaily).
Corte das varandas. (Fonte: Archdaily).

 

Os jardins no perímetro das varandas são capazes de proporcionar conforto nos apartamentos e se destacam na cidade. O edifício virou ponto de referência e suas fachadas são mutáveis, conforme as estações do ano.

 

O edifício virou ponto de referência na cidade e suas fachadas vivas marcam as estações do ano. (Fonte: Archdaily).
O edifício virou ponto de referência na cidade e suas fachadas vivas marcam as estações do ano. (Fonte: Archdaily).

 

As fachadas vivas melhoram o conforto térmico no interior dos apartamentos, além de criar uma atmosfera agradável aos moradores. (Fonte: Archdaily).
As fachadas verdes melhoram o conforto térmico no interior dos apartamentos, além de criar uma atmosfera agradável aos moradores. (Fonte: Archdaily).

 

A escolha da vegetação foi feita de acordo com a orientação da fachada e a altura do pavimento, através de um estudo botânico minucioso. As plantas foram cultivadas primeiramente em estufas que simularam as condições que seriam submetidas no edifício. Sua manutenção é feita inteiramente pelo condomínio e é proibido que o usuário intervenha, justamente para não prejudicar o projeto. Um sistema de irrigação inteligente alimenta cada fachada, de acordo com sua exposição solar e espécies de cada floreira.

 

Varandas ajardinadas com diferentes portes de plantas. (Fonte: Archdaily).
Varandas ajardinadas com diversas espécies vegetais. (Fonte: Archdaily).

 

A manutenção, convenhamos, não é fácil. (Fonte: Archdaily).
A manutenção, convenhamos, não é fácil. (Fonte: Archdaily).

 

 

4. Naman Retreat the Babylon (Da Nang, Vietnam)

 

A fachada viva do Babylon. (Fonte: Archdaily).
A fachada viva do Babylon. (Fonte: Archdaily).

 

Mudando um pouco do uso residencial, o último exemplo de hoje é um dos edifícios do hotel Naman Retreat the Babylon, projeto do escritório Vo Trong Nghia Architects. São 32 quartos, divididos em três andares do edifício em “L”, que delimita a piscina.

 

A implantação do projeto permite que todos os quartos tenham vista para a piscina. (Fonte: Archdaily).
A implantação do projeto permite que todos os quartos tenham vista para a piscina. (Fonte: Archdaily).

 

O conceito é deixar o hóspede em contato com a natureza, com atividades para descansar o corpo e a mente. Essa atmosfera tranquila foi alcançada através das fachadas vivas, dos materiais utilizados e das áreas verdes  bem exploradas, fazendo com que o hóspede tenha a sensação de imersão.

As fachadas vivas são compostas por espécies herbáceas e arbustivas, plantadas ao longo dos corredores e varandas e por trepadeiras, apoiadas nos brises verticais de concreto.

 

Vista de um corredor, com jardineiras no perímetro e trepadeiras que bloqueiam os raios solares. (Fonte: Archdaily).
Vista de um corredor, com jardineiras no perímetro e trepadeiras que bloqueiam os raios solares. (Fonte: Archdaily).

 

Além da fachada verde, as copas de árvores auxiliam no isolamento do edifício. (Fonte: Archdaily).
Além da fachada verde, as copas de árvores auxiliam no isolamento do edifício. (Fonte: Archdaily).

 

Corte. (Fonte: Archdaily)
Corte. (Fonte: Archdaily)

 

A mistura de espécies cria uma fachada com diversidade de texturas e densidades, que impedem a radiação direta do sol, sem obstruir a iluminação e ventilação naturais. Aqui, as plantas servem como zona “amortecedora” de calor, propício para o crescimento desta espécie.

 

As diferentes texturas da fachada. (Fonte: Archdaily).
Detalhe das diferentes texturas e densidades da fachada. (Fonte: Archdaily).

 

Além disso, a vegetação funciona para manter a privacidade do hotel, separando a área interna da estrada e a área dos quartos da comum. Assim, as varandas protegidas pela vegetação na fachada aproveitam da vista para piscina tranquilamente.

 

As varandas conseguem ao mesmo tempo dar privacidade quanto explorar a vista. (Fonte: Archdaily).
As varandas conseguem ao mesmo tempo dar privacidade e explorar a vista. (Fonte: Archdaily).

 

Diferentes densidades da fachada. (Fonte: Archdaily).
As varandas vistas da área comum. (Fonte: Archdaily).

 

 

Gostaram desses exemplos? Semana que vem, mostraremos como fachadas vivas podem ser feitas em residências, com ideias simples de serem executadas.

 


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Fontes:

Archdaily 25 GreenArchdaily Bosco VerticaleArchdaily Naman Retreat BabylonArchdaily One Central ParkBustlerChristos BarbalisSala 7 Design

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