Utilizar o plano das fachadas como jardins… Vocês já viram alguns posts onde abordamos esse assunto: o Tree Storey e o Magic Breeze, ambos projetos do Penda. Hoje vamos citar outros exemplos bem sucedidos de edifícios com fachadas vivas. Semana que vem, teremos a segunda parte deste post, mostrando que a fachada verde também é viável em residências.
Quais as vantagens?
As vantagens são inúmeras. Com a escassez de áreas verdes nas cidades, as fachadas vivas possuem um papel ambiental importante. A “verticalização das florestas” é capaz de criar um ecossistema urbano, tanto para flora, quanto para fauna, por atrair uma nova população de insetos e pássaros. Outro ponto importante que podemos citar é a criação de um microclima e o conforto térmico e acústico. Além de desempenhar o papel de elemento sombreador, as plantas na fachada diminuem as trocas térmicas com o exterior, aumentam a umidade do ar e criam barreiras contra ventos, poluição sonora e atmosférica.
Exemplos de fachadas vivas em edifícios:
1. One Central Park (Sydney, Austrália)
Projeto de uso misto da parceria entre Ateliers Jean Nouvel e PTW Architects, a edificação ganhou o LEAF na categoria Best Sustainable Development of the Year (Melhor Empreendimento Sustentável do Ano). O partido era gerar uma continuidade do parque para as torres, utilizando diversas espécies de plantas e flores da Austrália.
Um balanço com espelhos automatizados na sua parte inferior garante o redirecionamento de luz natural para os jardins centrais do empreendimento.
2. 25 Green (Turin, Itália)
Sabe aquele sonho de criança de morar em uma casa na árvore? Não sei vocês, mas eu sempre sonhei com isso! Se você mora em Turin, na Itália, já tem uma boa opção, bem no meio da cidade. Esta sensação de habitar nas copas de árvores é projeto do arquiteto Luciano Pia.
A construção tem ares de espontaneidade, revestimento em madeira e estrutura metálica, algumas vezes simulando o tronco de uma árvore. Floreiras foram implantadas ao longo dos pavimentos e receberam espécies vegetais de diferentes portes. No meio de quadra, o arquiteto criou um grande jardim, o que remete ainda mais ao clima de floresta.
3. Bosco Verticale (Milão, Itália)
Projeto de Stefano Boeri e parte da revitalização de Hines Italia, na área de Porta Nuova, o Bosco Verticale é um bom exemplo de fachadas vivas. São duas torres de apartamentos, com árvores de diferentes portes, arbustos e herbáceas plantadas em suas varandas.
Os jardins no perímetro das varandas são capazes de proporcionar conforto nos apartamentos e se destacam na cidade. O edifício virou ponto de referência e suas fachadas são mutáveis, conforme as estações do ano.
A escolha da vegetação foi feita de acordo com a orientação da fachada e a altura do pavimento, através de um estudo botânico minucioso. As plantas foram cultivadas primeiramente em estufas que simularam as condições que seriam submetidas no edifício. Sua manutenção é feita inteiramente pelo condomínio e é proibido que o usuário intervenha, justamente para não prejudicar o projeto. Um sistema de irrigação inteligente alimenta cada fachada, de acordo com sua exposição solar e espécies de cada floreira.
4. Naman Retreat the Babylon (Da Nang, Vietnam)
Mudando um pouco do uso residencial, o último exemplo de hoje é um dos edifícios do hotel Naman Retreat the Babylon, projeto do escritório Vo Trong Nghia Architects. São 32 quartos, divididos em três andares do edifício em “L”, que delimita a piscina.
O conceito é deixar o hóspede em contato com a natureza, com atividades para descansar o corpo e a mente. Essa atmosfera tranquila foi alcançada através das fachadas vivas, dos materiais utilizados e das áreas verdes bem exploradas, fazendo com que o hóspede tenha a sensação de imersão.
As fachadas vivas são compostas por espécies herbáceas e arbustivas, plantadas ao longo dos corredores e varandas e por trepadeiras, apoiadas nos brises verticais de concreto.
A mistura de espécies cria uma fachada com diversidade de texturas e densidades, que impedem a radiação direta do sol, sem obstruir a iluminação e ventilação naturais. Aqui, as plantas servem como zona “amortecedora” de calor, propício para o crescimento desta espécie.
Além disso, a vegetação funciona para manter a privacidade do hotel, separando a área interna da estrada e a área dos quartos da comum. Assim, as varandas protegidas pela vegetação na fachada aproveitam da vista para piscina tranquilamente.
Gostaram desses exemplos? Semana que vem, mostraremos como fachadas vivas podem ser feitas em residências, com ideias simples de serem executadas.
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Fontes:
Archdaily 25 Green – Archdaily Bosco Verticale – Archdaily Naman Retreat Babylon – Archdaily One Central Park – Bustler – Christos Barbalis – Sala 7 Design
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