O Living Building Challenge, criado pelo Institute for Living Futures, é um método de certificação que promete ser o sucessor do LEED e ultrapassar suas conquistas. Vocês sabem o motivo?
Rumo à verdadeira sustentabilidade:
Como criar um mundo que não é apenas menos mau do que o que vivemos hoje, mas sim sinceramente bom? Em uma época onde há racionamento de água, de energia, de petróleo, de fósforo e um rápido crescimento populacional, devemos achar uma maneira de reinventar a relação com o mundo natural. E é isso que o Living Building Challenge promete. Nos ajudar a repensar o modo que construímos, uma vez que sua escala de sustentabilidade garante a regeneração da natureza. Acho que um gráfico vai bem para ilustrar o momento…
Pronto! Concorda que atestar a sustentabilidade de uma edificação é meramente um “carimbo”? O mais importante é restabelecer nossa relação com o mundo natural e nos colocarmos como parte dele. Assim, o Living Building Challenge nos dá um possível caminho para atingirmos este ponto, um caminho a trilhar para o futuro. Ele pode ser aplicado em construções novas ou existentes, em múltiplas escalas e em diferentes localizações.
Living Building Challenge, como funciona?
Lembram daquele post sobre como funciona um método de certificação? Que as diferenças entre eles basicamente estão na quantidade de atributos, de classificações e na métrica de seus parâmetros.
O LBC é um sistema multi atributos, com um único nível de certificação. Recentemente, foi introduzido o sistema “pétalas”, fazendo com que o edifício consiga atingir certificados parciais. As pétalas são sete categorias, sendo elas: lugar, beleza e inspiração, água, materiais, energia, qualidade interna e equidade, subdivididas em 20 requisitos obrigatórios.
Ou seja, para um edifício receber o certificado LBC, ele deve atender a todas as pétalas e seus itens. Por sua vez, os certificados parciais são dados dentro de uma única pétala, por exemplo, o edifício é Net Zero para energia.
O mais interessante deste método é quanto a métrica, pois é baseado em valores absolutos. Por exemplo: você deve gerar 105% da energia que seu edifício consome, ou seja, você deve produzir 5% a mais para a comunidade local. Isso deixa o objetivo a ser alcançado muito mais concreto do que um sistema comparativo.
Agora, vocês me perguntam: e como mede beleza e inspiração? Sim, estes fatores são mais subjetivos, porém estão muito relacionados a quanto os usuários se identificam com o lugar. Segundo a ideologia do LBC, ao criar este vínculo com as pessoas, aumentamos o poder de preservação do próprio edifício.
Isso nos leva a mais uma diferença importante: é a performance do edifício que está sendo avaliada, não o que é esperado ou projetado. Por isso, a construção para ser certificada deve estar em funcionamento, pelo menos, por 12 meses consecutivos, buscando um entendimento integral da edificação. Uma forma muito mais eficaz de análise, não é mesmo?