Hoje começaremos uma nova série de posts. Baseado no livro 1000 Tips by 100 Eco Architects [1000 dicas por 100 eco-arquitetos], vamos comentar as dicas mais interessantes ali apresentadas. A primeira delas é do escritório 0 to 1:
Dica #1: Explore materiais alternativos
Já repararam como a análise dos materiais está presente em todos os métodos de certificação? Isso porque sua extração, fabricação, transporte e utilização geram impactos que afetam a sustentabilidade de um edifício. Talvez por isso que uma das dicas do escritório 0 to 1 seja justamente essa: explorar materiais alternativos.
O exemplo do 0 to 1:
O escritório 0 to 1 exemplificou esta dica com o projeto Street Vendor Tent. É uma proposta para substituir as barracas de feira, feitas de metal e tecido, por outras com materiais perecíveis, moldados em peças de 60 graus de um círculo. De acordo com o arquiteto, o local e a estação do ano ditariam qual seria o material mais apropriado. No verão, por exemplo, poderia ser utilizado gelo, que derreteria aos poucos, aliviando as altas temperaturas. No fim da feira, só restaria água. Outros materiais citados, como folhas, papel e palha seriam possíveis opções para os meses mais frios.
Ao meu ver, o projeto de barracas com estas peças modulares não é prático… Mas o conceito é muito bom e vamos discorrer sobre ele a seguir.
O tempo e a disponibilidade:
A arquitetura tem sempre um propósito. Seja para ela perdurar ou perecer, devemos sempre analisar a intenção de seu ciclo de vida para escolher materiais mais adequados. Com isso, concluímos que o primeiro ponto a ser levado em conta é o tempo. Se o propósito desta construção é ser efêmera, como podemos fazer com que não haja resíduos e seu impacto termine juntamente com sua utilização?
Arquiteturas temporárias não são de hoje. Os povos nômades a utilizam há tempos… Ao reparar nas suas construções, chegamos a conclusão de que todas elas são dinâmicas e práticas. Tendas e iglus, por exemplo, foram feitos para serem movidos para outro lugar ou naturalmente desaparecer. Seguindo este mesmo pensamento, se a arquitetura é feita para o breve, por que investir tempo e recursos nisso?
“A premissa da arquitetura perecível é […] a de que a edificação será parte, um dia, do mesmo meio da qual vieram seus elementos.” (Daniel Paz, em Vitruvius).
Daniel ilustra essa explicação com as habitações dos Guaranis, feitas de madeira, palha e fibras vegetais: o material não tinha sua constituição alterada e se biodegradava ao longo do tempo. Ou seja, ele apenas seguia seu o fluxo natural.
Agora vamos para o segundo ponto: a disponibilidade, ou seja, pensar na origem do material. Utilizar o que a natureza ali nos oferece é o ideal. Não temos gasto no transporte, nem queima de combustíveis fósseis com a logística. Conseguimos o material local em abundância, com menor custo e mais relação com o meio. Só vantagens! Vamos para mais exemplos?
Outros exemplos:
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Fontes:
0 to 1 – Adanado – Archidaily – Arquiteto Fala – Livro 1000 Tips by 100 Eco Architects – Rocky Mountains Snow Guards – Vitruvius