Dicas sustentáveis por Eco Arquitetos #2: o não construído

Continuando nossa série de posts sobre dicas de eco arquitetos, a de hoje veio do escritório alemão Amunt Architekten Marteson und Nagel Theissen e fala sobre o não construído. Segundo este conceito, construir nem sempre é a melhor solução. Muitos dos impasses dos projetos poderiam ser solucionados através da máxima eficiência de seus espaços ou do aproveitamento de seus vazios.

Para exemplificar esta dica, o escritório Amunt mostra um projeto de sua autoria. O terreno disponível tinha 365 m2 e deveria comportar a futura residência de um casal e seus quatro filhos.

O objetivo dos arquitetos era encontrar o limite entre a área construída e o conforto desta família, para minimizar o uso de recursos. Ou seja, qual a dimensão estritamente necessária para esta casa? Como projetar espaços com tamanhos suficientes para comportar o dia-a-dia dessa família, sem gerar nada obsoleto?

Estas indagações guiaram o desenho dos espaços, com o intuito de se tirar o maior proveito do construído, com funcionalidade e flexibilidade. E assim nasceu a JustK, uma casa de 278 m2: a sobreposição de usos e funções deram aos usuários a impressão de amplitude e diversas possibilidades, mesmo com áreas mínimas.

 

1. Pátio | 2. Muros baixos | 3. Cozinha externa | 5. Entrada com vestíbulo | 6. Degraus mais largos servem como assento | 7. Tomada de ar fresco | 8. Sala e cozinha integrada | 9. Varanda | 10. Continuidade do banco entre a sala de jantar a varanda | 11. Macieira | 12. Despensa | 13. Lavabo | 14. Escritório | 15. Sala de estar | 16. Descanso | 17. Vista | 18. Circulação vertical | 22. Acesso para o apartamento superior | 33. Painéis solares na cobertura. (Fonte: Yatzer).

 

As áreas bem administradas têm uma relação forte com a sustentabilidade da JustK. Por ser compacta, é mais fácil alcançar a eficiência energética. Entre as posturas sustentáveis adotadas, podemos citar o aproveitamento das condições climáticas do local, com o aquecimento passivo. (Fonte: Archdaily).
As áreas bem administradas têm uma relação forte com a sustentabilidade da JustK. Por ser compacta, é mais fácil alcançar a eficiência energética. Entre as posturas sustentáveis adotadas, podemos citar o aproveitamento das condições climáticas do local, como o aquecimento passivo. Para isso, as aberturas mais generosas estão direcionadas para a face sul. (Fonte: Archdaily).

 

Os cortes mostram claramente o aproveitamento da radiação solar para o aquecimento passivo da residência. Além disso, apresentam o efeito chaminé, pontuando a entrada do ar frio e a saída do ar quente.  (Fonte: Archdaily).

 

Outro ponto sustentável é a utilização racional de materiais não tóxicos. A madeira é o destaque, por ser um recurso natural e renovável. (Fonte: Archdaily).

 

É interessante salientar que possíveis mudanças na configuração da família são previstas em projeto.  A possibilidade de criar um apartamento separado, com acesso independente, mostra um olhar para o futuro e a preocupação de fácil adaptabilidade desta construção. Assim, sem demolições, a casa JustK pode atender a uma nova realidade. Por exemplo, quando os filhos saírem de casa, o casal pode alugar o apartamento superior: uma renda a mais, sem espaços subutilizados.

 

As plantas mostram a possibilidade de divisão da casa em dois apartamentos, um em verde e outro em azul, com a inclusão de uma parede no 1º pavimento, destacada em vermelho. (Fonte: Yatzer).

 

A cozinha presente no 2º pavimento (mostrada em planta) foi substituída por armários na opção da residência unifamiliar. (Fonte: Archdaily).

 

A área externa do projeto também afirma a importância do não construído: a cozinha externa, com contato para o pátio, e a varanda como continuidade da sala de jantar e cozinha.

 

Integração entre as áreas internas e externas também mostra a importância do ambiente não construído. (Fonte: Archdaily).
Integração entre as áreas internas e externas também mostra a importância do ambiente não construído. (Fonte: Archdaily).

 

Já vimos esse conceito na Casa Hover House 3, lembram? O arquiteto projetou uma varanda protegida, que abrigaria as salas e cozinha. Essa “economia” de espaços construídos implicou em uma redução no consumo de recursos, de energia e de carbono.

 


Essa semana, vamos mostrar outros exemplos que utilizam o não construído como partido de projeto. Fiquem de olho no nosso Instagram!


Fontes:

Archdaily – Livro 1000 Tips by 100 Eco ArchitectsYatzer

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