Viver em espaços compactos é uma realidade em muitos países. Há quem defenda que esta ideia seja disseminada por aí. É o movimento Tiny House, que entende que uma residência funcional não precisa ter grande metragem para atender nossas necessidades: cerca de 50 m2 contra os 240 m2 da média das casas americanas. Assim, muitas pessoas resolveram diminuir o espaço de sua moradia até o essencial. As que estão aderindo a este movimento citam diversas razões, entre elas preocupação ambiental, econômica, e o desejo de mais liberdade e tempo livre.
E por que tudo isso é considerado sustentável? A primeira razão, obviamente, é ambiental: as construções menores diminuem a pegada ecológica e a autossuficiência é muito mais fácil de ser alcançada. A segunda é econômica: quanto menor a área construída de uma residência, menores são os custos com sua construção, operação e manutenção. E a terceira, tem cunho social: segundo idealizadores, residências pequenas promovem a vivência da cidade. Com a limitação de metragem, as pessoas buscam cada vez mais o uso de espaços públicos, estabelecendo um vínculo tanto com o lugar, quanto com a comunidade.
Isso vem com certas premissas: teríamos que mudar nossas vidas para um modelo muito mais simples e rever nossas reais necessidades. Para o movimento, a comodidade e qualidade espacial continuam. Portanto, espaços e mobiliários multifunções são ideais para o Tiny House. Os pequenos ambientes geralmente são flexíveis e devem ser muito eficientes, tirando proveito de avanços tecnológicos que auxiliam na economia de área.
A ideia de morar em lugares diminutos está relacionada também ao conceito de cidadãos nômades, que querem ter mais liberdade para se mudar de acordo com sua necessidade de vida atual, ou até mesmo, com a vontade de procurar novos ambientes. É por isso que o movimento também defende soluções móveis ou que possam ser reconstruídas em outros lugares.
Os pré-requisitos? O primeiro passo é planejar: determinar suas necessidades. Só com esses dados será possível fazer um projeto que se encaixe perfeitamente ao seu estilo de vida. O ponto é sempre buscar o equilíbrio, pois algumas concessões terão que ser feitas. Este é o maior desafio: separar o que você quer do que você precisa. Aqui o lema é: “Simplicidade é a última sofisticação.” (Leonardo da Vinci)
Ainda, viver em espaços limitados é uma barreira a ser ultrapassada. A falta de legislação em certos aspectos e a escolha do terreno podem ser pontos complicados.
Sabemos que para construir minimamente, não necessitamos de muita terra, mas devemos ter em mente que este tipo de construção pode causar curiosidade, estranhamento e chamar mais atenção do que uma construção em tamanhos “convencionais”. Tudo isso se agrava com o medo de não se habituar e a pressão da nossa sociedade, onde mais é melhor.
Até mesmo os adeptos ao Tiny House admitem que este tipo de estilo de vida não é para todos. Mesmo assim, acreditam que muitos bons exemplos podem ser tirados desta realidade, por dar novas possibilidades de viver. E vocês, conseguiriam se adaptar a esses moldes?
Fontes:
Archdaily – Country Living 1 – Country Living 2 – Mini Motives – Shareable – The Tiny Life – T. H. Build – T. H. Design
Sou uma grande entusiasta do movimento. Me considero uma pessoa minimalista e me sito mal em viver em espaços maiores e com coisas além do que realmente preciso.
Espero um dia poder ter uma minicasa e quero que ela seja o mais sustentável possível!
Adorei o artigo!
Muito obrigada, Paula! Quando conseguir sua minicasa, conte para gente! Adoraríamos saber mais sobre sua experiência!
São ótimas reportagem, porém, seria interessante demostrar custos também
Oi, Valter, muito obrigada pelo feedback! 🙂