O projeto de hoje é a Hover House 3, autoria de Glen Irani Architects. A terceira casa da série fica nos Canais de Venice, em Los Angeles, California.
O partido do projeto foi maximizar a área externa do lote de 9.75 x 29m, para diminuir três itens:
- a necessidade de recursos na construção;
- o consumo energético durante o seu uso;
- as pegadas de carbono.
Para isso, o arquiteto propôs um volume, de 232m2 de área construída, que parece pairar sobre uma grande “varanda” protegida (daí seu nome: Hover = Pairar). A ideia inicial de concepção era de substituir totalmente os ambientes construídos por espaços com a mesma função em contato com o exterior. Por exigência do cliente, este mesmo programa foi replicado no interior da residência, porém com dimensões reduzidas em 50%, o que resultou em vantagens econômicas e ambientais.
Com o aumento no custo de materiais e mão de obra, a utilização do potencial das áreas abertas diminui a necessidade de espaços internos construídos, o que em climas temperados pode ser uma boa solução para racionalizar recursos.
Sustentabilidade da Hover House 3:
A análise da eficiência energética da residência determinou o uso de materiais específicos, como os painéis de ardósia sintética na área aberta e paredes de concreto aparente.
Tirando a pintura de algumas paredes internas, os acabamentos escolhidos são de duração indefinida, para diminuir as manutenções ou eventuais substituições.
A ventilação natural permitiu abrir mão do ar-condicionado, através de janelas estrategicamente posicionadas e uma torre de vento que se estende 2.70m acima da cobertura, altura máxima permitida para edificações segundo as leis de zoneamento do local.
Além destes itens, outros estudos específicos foram feitos para escolher materiais, sistemas e soluções, visando sempre uma boa eficiência. Podemos citar:
- Instalação de painéis fotovoltaicos na cobertura, que garantem 80% da demanda do consumo energético da residência;
- A preocupação de reduzir a entrada dos ruídos externos fez com que a escolha dos materiais para a cobertura e o revestimento exterior fosse feita analisando seu desempenho e toxidade. Por exemplo, o telhado utilizado não possui alcatrão e foi aplicado a frio. Decisões como esta resultam em uma redução considerável de COV (compostos orgânicos voláteis) e de emissão de CO, melhorando a qualidade interna do ar, juntamente com a acústica;
- Aquecimento radiante.
Plantas e corte perspectivado:
Fontes:
Architect’s List – Freshome – Glen Irani Architects