Continuando nossa série de posts sobre dicas de eco arquitetos, a de hoje veio do escritório alemão Amunt Architekten Marteson und Nagel Theissen e fala sobre o não construído. Segundo este conceito, construir nem sempre é a melhor solução. Muitos dos impasses dos projetos poderiam ser solucionados através da máxima eficiência de seus espaços ou do aproveitamento de seus vazios.
Para exemplificar esta dica, o escritório Amunt mostra um projeto de sua autoria. O terreno disponível tinha 365 m2 e deveria comportar a futura residência de um casal e seus quatro filhos.
O objetivo dos arquitetos era encontrar o limite entre a área construída e o conforto desta família, para minimizar o uso de recursos. Ou seja, qual a dimensão estritamente necessária para esta casa? Como projetar espaços com tamanhos suficientes para comportar o dia-a-dia dessa família, sem gerar nada obsoleto?
Estas indagações guiaram o desenho dos espaços, com o intuito de se tirar o maior proveito do construído, com funcionalidade e flexibilidade. E assim nasceu a JustK, uma casa de 278 m2: a sobreposição de usos e funções deram aos usuários a impressão de amplitude e diversas possibilidades, mesmo com áreas mínimas.




É interessante salientar que possíveis mudanças na configuração da família são previstas em projeto. A possibilidade de criar um apartamento separado, com acesso independente, mostra um olhar para o futuro e a preocupação de fácil adaptabilidade desta construção. Assim, sem demolições, a casa JustK pode atender a uma nova realidade. Por exemplo, quando os filhos saírem de casa, o casal pode alugar o apartamento superior: uma renda a mais, sem espaços subutilizados.


A área externa do projeto também afirma a importância do não construído: a cozinha externa, com contato para o pátio, e a varanda como continuidade da sala de jantar e cozinha.

Já vimos esse conceito na Casa Hover House 3, lembram? O arquiteto projetou uma varanda protegida, que abrigaria as salas e cozinha. Essa “economia” de espaços construídos implicou em uma redução no consumo de recursos, de energia e de carbono.
Essa semana, vamos mostrar outros exemplos que utilizam o não construído como partido de projeto. Fiquem de olho no nosso Instagram!
Fontes:
Archdaily – Livro 1000 Tips by 100 Eco Architects – Yatzer